Olá, mundo!

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Roda Viva -Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo (etc.)

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo (etc.)

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo (etc.)

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O Trem Azul -Lô Borges e Milton Nascimento

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem às vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem às vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar

Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça

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TEMPO REI (Gilberto Gil)

Gilberto Gil – Tempo Rei

Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

Pensamento
Mesmo o fundamento singular do ser humano
De um momento
Para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos
Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas de repente ficam sujas
Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

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LUA LUA LUA LUA(Caetano Veloso)

Caetano Veloso – Lua, Lua, Lua, Lua

Lua lua lua lua
Por um momento meu canto contigo compactua
E mesmo o vento canta-se compacto no tempo
Estanca
Branca branca branca branca
A minha a nossa voz atua sendo silêncio
Meu canto não tem nada a ver
Com a lua

Lua lua lua lua
Por um momento meu canto contigo compactua
E mesmo o vento canta-se compacto no tempo
Estanca
Branca branca branca branca
A minha a nossa voz atua sendo silêncio
Meu canto não tem nada a ver
Com a lua.

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CORDÃO(Chico Buarque)

Chico Buarque – Cordão

Ninguém Ninguém vai me segurar
Ninguém há de me fechar As portas do coração
Ninguém Ninguém vai me sujeitar
A trancar no peito a minha paixão
Eu não Eu não vou desesperar Eu não vou renunciar Fugir
Ninguém Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar Enquanto eu puder sorrir

Enquanto eu puder cantar alguém vai ter que me ouvir

Ninguém Ninguém vai me ver sofrer
Ninguém vai me surpreender Na noite da solidão
Pois quem Tiver nada pra perder
Vai formar comigo o imenso cordão
E então Quero ver o vendaval Quero ver o carnaval Sair
Ninguém Ninguém vai me acorrentar
Enquanto eu puder cantar Enquanto eu puder sorrir
Enquanto eu puder cantar Alguém vai ter que me ouvir
Enquanto eu puder cantar Enquanto eu puder seguir
Enquanto eu puder cantar Enquanto eu puder sorrir
Enquanto eu puder cantar Enquanto eu puder

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PAPEL MACHÊ (JOÃO BOSCO)

Cores do mar
Festa do sol
Vida é fazer
Todo sonho brilhar
Ser feliz
No teu colo dormir
E depois acordar
Sendo o seu colorido
Brinquedo de papel machê
 
Dormir no teu colo
É tornar a nascer
violeta e azul, outro ser
luz do querer
Não vai desbotar
Lilás cor do mar
Seda cor de batom
Arco-íris crepom
Nada vai desbotar
Brinquedo de papel-machê
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FERNANDO PESSOA

"A CERTOS MOMENTOS NOSSOS DE SENTIMENTO – RAIZ
QUANDO NO MUNDO – EXTERIOR COMO QUE SE ABRE UMA PORTA
E, SEM QUE NADA SE ALTERE,
TUDO SE REVELA DIVERSO"
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"QUERO DOS DEUSES SÓ QUE ME NÃO LEMBREM.
SEREI LIVRE – SEM DITA NEM DESDITA.
COMO O VENTO QUE É A VIDA
DO AR QUE NÃO É NADA.
O ÓDIO E O AMOR IGUAIS NOS BUSCAM; AMBOS,
CADA UM COM SEU MODO, NOS OPRIMEM.
A QUEM DEUSES CONCEDEM
NADA, TEM LIBERDADE."
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"SEMPRE UMA COISA DEFRONTE DA OUTRA
SEMPRE UMA COISA TÃO INÚTIL QUANTO A OUTRA,
SEMPRE O IMPOSSÍVEL TÃO ESTÚPIDO COMO O REAL,
SEMPRE O MISTÉRIO DO FUNDO TÃO CERTO COMO O SONO DE MISTÉRIO DA SUPERFÍCIE,
SEMPRE ISTO OU SEMPRE OUTRA COISA OU NEM UMA COISA NEM OUTRA."
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"POBRE DA ALMA HUMANA COM OÁSIS SÓ NO DESERTO AO LADO!"
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" A PÉTALA CAÍDA É MOVIMENTO, AINDA."
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"NÃO SOU NADA.
NUNCA SEREI NADA.
NÃO POSSO QUERER SER NADA.
À PARTE ISSO, TENHO EM MIM
TODOS OS SONHOS DO MUNDO."
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Ó FELICIDADE BAÇA…O ETERNO ESTAR NO BIFURCAR DOS CAMINHOS!…EU SONHO E POR
DETRÁS DA MINHA ATENÇÃO SONHA COMIGO ALGUÉM… E TALVEZ EU NÃO SEJA SENÃO
 UM SONHO DESSE ALGUÉM QUE NÃO EXISTE…
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O GUARDADOR DE REBANHOS – XVI
 
"QUEM ME DERA QUA A MINHA VIDA FOSSE UM CARRO DE BOIS
QUE VEM A CHIAR, MANHÃZINHA CEDO, PELA ESTRADA.
E QUE PARA DE ONDE VEIO VOLTA DEPOIS
QUASE À NOITINHA PELA MESMA ESTRADA.
 
EU NÃO TINHA QUE TER ESPERANÇA – TINHA SÓ QUE TER RODAS…
A MINHA VELHICE NÃO TINHA RUGAS NEM CABELO BRANCO…
QUANDO EU JÁ NÃO SERVIA, TIRAVAM-ME AS RODAS
E EU FICAVA VIRADO E PARTIDO NO FUNDO DE UM BARRANCO."
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POEMAS INCONJUNTOS
 
"O UNIVERSO NÃO É UMA IDÉIA MINHA,
A MINHA IDÉIA DO UNIVERSO É QUE É UMA IDÉIA MINHA.
 
A NOITE NÃO ANOITECE PELOS MEUS OLHOS.
FORA DE EU PENSAR E DE HAVER QUAISQUER PENSAMENTOS
A NOITE ANOITECE CONCRETAMENTE
E O FULGOR DAS ESTRELAS EXISTE COMO SE TIVESSE PESO."
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 TUDO É OUSADO A QUEM NADA SE ATREVE.
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O VALOR DAS COISAS NÃO ESTÁ NO TEMPO QUE ELAS DURAM,
MAS NA INTENSIDADE COM QUE ACONTECEM.
 POR ISSO EXISTEM MOMENTOS INESQUECÍVEIS,
COISAS INEXPLICÁVEIS E PESSOAS INCOMPARÁVEIS.
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PARA SER GRANDE SÊ INTEIRO
NADA TEU EXAGERA OU EXCLUI
SÊ TUDO EM CADA COISA
PÕE O MÁXIMO QUE ÉS NO MÍNIMO QUE FAZES
ASSIM EM CADA LAGO A LUA TODA BRILHA
PORQUE ALTA VIVE.
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A RECORDAÇÃO É UMA TRAIÇÃO DA NATUREZA,
PORQUE A NATUREZA DE ONTEM NÃO É NATUREZA.
O QUE FOI NÃO É NADA, E LEMBRAR É NÃO VER.
 
PASSA, AVE, PASSA, E ENSINA-ME A PASSAR!
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O MISTÉRIO DAS COUSAS? SEI LÁ O QUE É MISTÉRIO!
O ÚNICO MISTÉRIO É HAVER QUEM PENSE NO MISTÉRIO.
QUEM ESTÁ AO SOL E FECHA OS OLHOS,
COMEÇA A NÃO SABER O QUE É O SOL
E A PENSAR MUITAS COUSAS CHEIAS DE CALOR.
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O SENHOR DA LAGOA

          Não é difícil localizá-lo. Na verdade, ele é mais fácil de ser olhado do que a própria lagoa. É visto até pelos povos estranhos que moram em outros lugares.
          É o senhor não apenas da lagoa, mas de todo o Rio.
          Não chega a se objeto de culto, não pertence a nenhuma religião específica, embora tenha o visual e o nome do fundador de uma delas.
          Sua carne é de cimento rude revestido de pequenas escamas, como as naves espaciais. Gigante de muitos metros de altura, com os braços abertos, não lembra uma cruz, lembra um abraço.
          Tem fama de ser a maior estátua do mundo – e talvez o seja. Mas de tal maneira se integrou ao pedestal – um penhasco negro e formidável- que o conjunto é dee longe, o maior monumento criado pelo homem.
          O carioca se habituou a ele e ele se habituou ao carioca. Incorporou-se à sua história e a seu anedotário. Judeus, ateus, comunistas, budistas – se os há por aqui-, todos concordam que ele é a cara do Rio.
          É o primeiro a enfrentar os nossos temporais, o primeiro a ouivir os tamborins dos nossos morros na véspera do Carnaval. o primeiro a contemplar nossas enchentes e misérias, o primeiro a amanhecer em seu posto de trabalho para – como muitos outros cariocas- gastar o dia bestando, que a cidade é bela demais para se perder o tempo com outras coisas.
          Se for do nosso destino ser um dia destruídos por uma catátrofe, natural ou provocada, ele será a primeira vítima, o primeiro a morrer, com seus imensos braços tentando proteger ou abraçar a todos nós.
          É na lagoa que ele se reflete durante o dia e, fosforescente como uma sereia iluminada, passeia nas águas escurecidas pela noite.
          Referência maior da cidade, é referência particular da lagoa. Todos o sabem ali,, sempre o mesmo, oferendo-se como símbolo, altar doméstico, âncora às avessas jogada contra o céu.
 
CARLOS HEITOR CONY

Sei lá Mangueira

Paulinho da Viola

Composição: Paulinho da Viola e Hermínio Bello de Carvalho

Vista assim do alto
Mais parece um céu no chão
Sei lá,
Em Mangueira a poesia feito um mar, se alastrou
E a beleza do lugar, pra se entender
Tem que se achar
Que a vida não é só isso que se vê
É um pouco mais
Que os olhos não conseguem perceber
E as mãos não ousam tocar
E os pés recusam pisar
Sei lá não sei…
Sei lá não sei…

Não sei se toda beleza de que lhes falo
Sai tão somente do meu coração
Em Mangueira a poesia
Num sobe e desce constante
Anda descalça ensinando
Um modo novo da gente viver
De sonhar, de pensar e sofrer
Sei lá não sei, sei lá não sei não
A Mangueira é tão grande
Que nem cabe explicação

 
     
 
     
 
     
 
     
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